AMOR NÄO HA DINHEIRO QUE COMPRE!!



PERSONAGENS:
NARRADOR;
JOSÉ – PAI
JOANA- MÃE
RICARDO- FILHO /NO SOM DA PESADA( 15 anos)
ELIANE – FILHA/ CELULAR (13 anos)
JUNIOR – FILHO/ COMPUTADOR/ INTERNET (8 anos)
Cenário – que pareça uma sala, que tenha TV,
Computador no quarto,
aparelho de som em outro quarto,
celular,
Pode ser feitos de isopor, ou utilizar os de verdade.
Observação (é importante, mostrar cada integrante da família ilhado no seu mundo, e também fazer o som de cada aparelho funcionando, mesmo que esteja gravado em um cd ).
NARRADOR – Depois de mais um dia de trabalho, José só deseja chegar em sua casa , para descansar e ter o carinho e a companhia de sua família.
Ao abrir a porta encontra sua esposa Joana na sala:
JOSÉ – Olá querida, tudo bem? – e lhe dá um beijo.
JOANA – Tudo – responde com os olhos presos na TV.
JOSÉ – Puxa! hoje o dia foi puxado. Você não acredita o que aconteceu com Carlos! se acidentou e..(marina o interrompe)
JOANA – Querido depois você me conta, está na melhor parte da novela.
JOSÉ – Mas você não segue a novela das 8?
JOANA- Sim , e também a da 6 e a das 7. Agora deixa eu assisti minha novela.
NARRADOR – José sai meio desolado, mas tudo bem vai a procura de seus filhos.
Entra no quarto de Ricardo que está com o som ligado.
JOSÉ – OI FILHÃO! – diz ele com a voz mais alta para se fazer ouvir.
RICARDO – Oi Pai! – diz ele continuando a ouvir som e dançar.
JOSÉ– TÁ CURTINDO UM SOM, FILHO… ESTIVE PENSANDO QUE FAZ TEMPO QUE NÃO TROCAMOS UMAS IDÉIAS… EU NEM SABIA QUE VOCÊ GOSTAVA DESSE TIPO DE MUSICA… PODIAMOS BATER UMA BOLA…
RICARDO – que pai? não entendi nada.
JOSÉ – Se abaixar um pouco o som, dá pra você me ouvir. – diz José abaixando o som
RICARDO – ahhh, não pai, deixa alto, essa musica é o maior barato! depois a gente conversa. – e volta a subir o volume do som, sem perceber que deixou seu pai chateado.
JOSÉ – barato! Eu é que queria ser seu maior barato – diz José baixinho enquanto sai.
NARRADOR – José então vai para o quarto da sua princesa Eliane, as meninas são sempre mais atenciosas e carinhosas que os meninos.
JOSÉ – oi princesa, posso entrar?
ELIANE – falando no celular faz sinal para o pai entrar. Ele entra senta e espera, espera e espera….
NARRADOR – Depois de 20 minutos esperando e sem conseguir falar com a filha, José levanta e vai a procura do seu filho caçula o Junior, que tem certeza que o receberá com alegria os dois sempre brincam de lutinha, cavalinho e Junior adora as histórias que ele conta.
JOSÉ – Cadê o garotão do papai? Tenho certeza que hoje eu ganho de você numa lutinha em?
JUNIOR – sentado na frente do computador e envolvido com o jogo nem consegue responder ao pai, que insiste.
JOSÉ – Ei, filho! Vamos brincar!
JUNIOR – PAI DEPOIS, AGORA NÃO DÁ SE NÃO EU MORRO.
JOSÉ – Mas, Junior você gostava tanto de…
(Junior envolvido com o jogo interrompe o pai dizendo – vai, vai , pega ele, agora de esquerda, toma essa seu fracote)
NARRADOR – Em matéria de brincadeira José percebe que perdeu o lugar para o computador, e desanimado segue para a cozinha onde encontra Joana, acabando de aprontar a janta.
Então José se anima, na hora do jantar, todos vão sentar a mesa e ai poderá conversar com sua família.
JOANA – Pessoal! o jantar está pronto! – e acabando de dizer isso pega seu prato e parte para sala na frente da TV.
(os filhos, também pegam o prato e estão indo cada um para seu quarto, quando José grita)
JOSÉ – CHEGA! PAREM! ISTO NÃO ESTÁ CERTO!!! – grita ele.
OS FILHOS – O que foi, pai?- perguntam espantados com atitude do pai.
JOANA – O que aconteceu José?Você nunca gritou assim! – diz Joana se aproximando.
JOSÉ – O que aconteceu? Vocês ainda me perguntam isso?! Será que não percebem que não somos mais uma família, nesta casa não se conversa mais! HÁ dias que tento falar com alguém, rir, chorar, brincar ou até mesmo cantar, ou fazer alguma coisa juntos e não consigo. E quando penso que na hora do jantar vamos fazer isso, cada um vai para o seu canto?! Ah, não! Assim não dá! – (José respira, toma fôlego e um pouco mais baixo continua).
Quando saio do trabalho só penso em estar com a minha família, ouvir o que cada um tem a dizer de si, do seu dia, e também falar do meu, mas eu tenho uma esposa e 3 filhos e me sinto sozinho, pior que isso me sinto desvalorizado como pessoa, pois parece que não existo. O que penso, o que sinto, sempre tem que ser deixado pra depois, para vocês, que estão sempre em primeiro lugar na minha vida…e isso não está certo… Me desculpem pela minha explosão, mas eu não estou agüentando mais, acho que vou andar um pouco pra ver me acalmo.
JUNIOR – Pai eu penso no senhor, até comprei um presente para o dia dos pais com a minha mesada. – diz ele na sua inocência.
JOSÉ – (passando a mão na cabeça do filho diz) – O presente que eu quero meu filho, não tem dinheiro no mundo que compre – dizendo isso sai, deixando todos olhando para ele estarrecidos até que
JUNIOR diz: Puxa o papai parece mesmo muito triste, e o pior é que esse presente que ele quer deve ser muito caro, e já gastei minha mesada com o outro, vocês podiam me ajudar a dar o presente que o papai quer. – diz ele olhando para o resto da família.
JOANA – Sim, é isso mesmo filho – diz Joana saindo do seu estado de paralisia – vamos dar ao seu pai o presente que ele quer e que ele merece.
JUNIOR – Oba! Então vai passando a grana! E tem que ser muita! Você ouviu mãe, o que o papai disse?!
ELIANE – Junior, o papai não quer presente caro. Ele quer….quer…amor,carinho, companheirismo, ele quer uma família.
RICARDO – É gente, tudo que o pai disse está certo, não estamos vivendo como família eu sei mais dos meus amigos e das minhas musicas, do que sobre vocês…e o pior é que ele foi lá no meu quarto e eu nem dei lado pra ele. – diz enxugando uma lagrima,
ELIANE E JUNIOR – Eu também – caem no choro.
ELIANE – Nós é que estamos errados, e ele ainda nos pediu desculpas – chora.
JOANA – Bem crianças, eu também não fiz diferente, nem dei atenção para o seu pai, prestando atenção na novela- enxuga o rosto – e eu sou adulta não deveria agir assim, coitado deve estar se sentindo muito mal mesmo (pausa) mas o desabafo dele serve não só para nos sentir mal, mas para mudarmos, e é o que vamos fazer. Concordam?
Todos – SIM!
ELIANE – O que vamos fazer mãe?
JOANA – Vamos ser a família que ele quer, e que tenho certeza nós queremos também, vamos ser uma família que vive a alegria, o amor, a partilha, as dificuldades, as vitórias e tudo mais, mas para isso é preciso ter união e a dedicação de cada um, não vai ser fácil, pois estamos acostumados com o modo errado que vivemos, mas vamos conseguir, certo?
Todos – certo!
Joana – Muito bem, então escutem o que vamos fazer…..(eles formam uma roda e fazem de conta que estão organizando e planejando a mudança para quando José chegar. Enquanto isso coloca-se um fundo musical “É PRECISO SABER VIVER” DE ROBERTO CARLOS, enquanto toca cada um já escalado vai atrás do violão, da pipoca, suco ou chá de chocolate ( pode ser só a jarra simbolizando que tem algo dentor) organiza a sala, desliga a TV.
José volta da caminhada e é recebido pela família com muito carinho, todos falando ao mesmo tempo como estão felizes que ele está de volta, pedindo desculpas, e dizendo que o ama. Até levá-lo ao sofá uns sentam no tapete aos pés dos pais.
ELIANE – Pai queremos pedir desculpas pelas nossas atitudes, e lhe dizer que vamos nos empenhar em mudar, e para isso precisamos da sua ajuda.
JOSÉ – Claro filha, mas com uma condição…( diz sério) que me ajudem a ser bom para vocês também – (sorrindo) .
RICARDO – Queremos agradecer pai, porque nos fez enxergar que estávamos vivendo de forma errada. E… pai quero dizer que pra mim o Senhor continua sendo meu herói favorito pois salvou a nossa família.
JOSÉ – (enxugando o rosto, abraça o filho e diz) – Oh meu filho! Isso é a melhor coisa que eu poderia ouvir de você, mas acho que esse herói aqui é um pouco chorão.
JOANA – Bem eu e o Junior, ficamos de dizer que você é muito importante para nós e que…
JUNIOR – Nós te amamos! – ( todos se abraçam)
JUNIOR – Gostou do presente pai?
JOSÉ – Este é o melhor presente que eu poderia ganhar! O amor de vocês.
( alguém trás o violão e entrega para José que canta ou dubla “Utopia” do padre Zezinho, enquanto os personagens ficam numa cena bem familiar comendo pipoca, rindo fingindo que estão conversando, se abraçando)
Fim
Autora: Sandra Cristina Praconi Bordin


 

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